sexta-feira, 31 de maio de 2013

Por uma comunicação mais humana

Recentemente, sete representantes de grandes empresas – Fiat/ Chrysler, Grupo Pão de Açúcar, Novartis, Odebrecht S.A., Sabesp, Tetra Park e Volkswagen - se reuniram na sede da ABERJE para discutir e analisar novos projetos de comunicação, bem como, suas rotinas de trabalho e experiências.  A ideia defendida por eles traz um conceito de uma comunicação mais enxuta, porém mais colaborativa, e assim, mais eficaz. 
A redução do número de veículos e canais de informação e a promoção de conteúdos mais humanos foram apontadas como tendências na comunicação com os funcionários, e quando aplicadas garantem mais foco e assertividade.  Ao visar o público interno como os principais motores de notícias internas, multiplicadores de informações, o trânsito de pautas e ideias novas se torna mais fácil. 
Segundo Paulo Nassar, Diretor Presidente da ABERJE, que também participou do encontro, a comunicação interna hoje funciona com mais velocidade, está mais integrada e são os comunicadores que organizam as informações e controlam a percepção do que a empresa quer dizer aos seus funcionários. 
Com base nas experiências de cada empresa é possível perceber o que de fato otimiza a comunicação e agrega valor. Na Sabesp, por exemplo, a integração de veículos externos e internos permitiu uma maior eficiência e consistência nas linguagens. O uso da contação de histórias dos próprios funcionários garantiu maior audiência e envolvimento dos públicos.
Já para a FIAT/Chrysler, aliar o trabalho de comunicação com outras áreas, como Recursos Humanos, também funciona melhor, pois o profissional pode estar instrumentalizado, mas não preparado para executar o diálogo.  A criação de alguns programas com foco na família do colaborador também foram ferramentas de sucesso nessa empresa, que promovem além de bailes de debutantes para as filhas dos empregados, encontros para namorados na “Estação do Amor”. 
Na Volkswagen, o aperfeiçoamento da comunicação veio por meio da manifestação de funcionários que se diziam angustiados com o excesso de informações repassadas. A empresa teve que reduzir suas 25 mídias para 4 plataformas que priorizam a velocidade e a atratividade da comunicação. Entre elas, a TV corporativa que traz aos funcionários de linha de produção, que não tem acesso aos computadores da empresa, a oportunidade de compartilhar das mesmas informações que os funcionários do escritório. 
Analisando os cases particulares de cada instituição percebe-se que a principal tendência do nicho de comunicação interna é vincular as pessoas à organização, criando um forte relacionamento. Não se trata apenas de disparar notícias, e não adianta falar de um tema que o funcionário não quer saber ou mesmo comunicar algo que não é praticado, é preciso estimular a conversa e fazer com que o publico interno seja o protagonista dessa comunicação.  Assim, com a humanização dos conteúdos repassados, a organização aproxima-se do colaborador que passa a enxergar e acreditar no futuro da empresa e no seu papel ali dentro. 

Catherine Barros

Referências

SARAIVA, Jacílio. Mais enxuta e colaborativa. Comunicação Empresarial, São Paulo, Ano 23 , n. 86, p. 16-24. 2013 

sábado, 25 de maio de 2013

Cultura Criativa: Incentivando ideias


Atualmente vivemos no mundo das opções. Existem muitas empresas no mercado e ser inovador se tornou fator essencial para lidar com as adversidades e manter todos os públicos satisfeitos.
Para garantirmos que as boas ideias fluam naturalmente é necessário abrir espaço para elas. No CW Bulletin, newsletter mensal do IABC (http://www.iabc.com), Sam Harrison coloca alguns pontos que nos ajudam a incentivar a criatividade e consequentemente melhorar o ambiente de trabalho trazendo mais resultados positivos. Aqui seguem alguns deles:
1. Culturas criativas incentivam a generosidade:
Organizações com culturas criativas dão espaço para debates saudáveis, desencorajando qualquer atitude de preconceitos e crítica sem conhecimento.  Isso evita comportamentos pessimistas que tendem a “matar” ideias nos primeiros estágios. As ideias devem ser recebidas de mente aberta, demonstrando que sempre há espaço para pensamentos que podem ajudar.
2. Cultura criativa incentiva o “pensamento fora da caixa”:
Inovação exige um “desvio” do comum, das regras, e esse comportamento não deve ser punido ou rejeitado pela empresa ou pelos gestores, pelo contrário, deve haver incentivo para sair do caminho óbvio e desenvolver pensamentos criativos.
3. Culturas criativas florescem em ambientes criativos:
O local onde trabalhamos costuma refletir a essência da organização, ou seja, se o lugar é criativo ele deve parecer e fazer com que os funcionários se sintam em um lugar onde ideias são bem aceitas e criatividade é um ponto positivo. Existem alguns exemplos extravagantes, como as salas de jogos do Google, mas também é possível fazer algo mais simples, como trabalhar com diferentes cores ou construir ambientes abertos. É necessário que a criação combine com a organização, faça parte dela, por isso não se pode simplesmente copiar modelos que já existem, e sim pensar em adaptações.
4. Culturas criativas promovem a exploração:
Para se ter ideias novas é necessário informação. É interessante incentivar os funcionários a buscarem dados de diversas fontes para inspirar insights realmente funcionais.
5. Culturas criativas permitem erros:
Ninguém gosta de erros, apesar disso deve-se levar em consideração os esforços empenhados. Maus resultados que provém de trabalhos malfeitos não são bons, mas maus resultados que surgiram mesmo após muito esforço não devem ser repreendidos, podem inclusive ser usados como aprendizado.
6. Culturas criativas comunicam ideias:
Às vezes as ideias podem parar de surgir, pois os funcionários sentem que suas ideias são sempre “engavetadas” e descartadas. Esse é um padrão negativo e deve ser evitado se houver o desejo de incentivar a criatividade. “Podar” as ideias e sugestões desmotiva e organizações que buscam inovar devem ensinar seus funcionários a se comunicar e saber vender suas ideias.

Em suma, ambientes criativos permitem que as boas ideias fluam. A percepção dos funcionários quanto a essa “liberdade” no local de trabalho impacta diretamente trabalho e é possível ver resultados positivos na produtividade. Além de construir um lugar agradável de trabalhar, as boas ideias trazidas pelo fluxo de criação podem se mostrar extremamente boas e funcionais.

Carina Chabar


HARRISON, Sam. 7 secrets of highly creative cultures. :<http://www.iabc.com/cwb/archive/2013/0113/Harrison.htm>. Acessado em 02/05/2013





sexta-feira, 17 de maio de 2013

O uso do Storytelling na Comunicação Interna






A tendência é que as organizações tenham cada vez mais dificuldade em atrair a atenção dos públicos de interesse, então os esforços de qualificação do discurso devem ser prioridade. Partindo desse cenário, destacamos a importância da arte de contar histórias, o chamado Storytelling
Essa estrutura de narrativa, com protagonistas, conflitos, sequências de eventos e clímax, existe há muito tempo. Desde os tempos mais remotos as pessoas se reúnem para contar suas aventuras, sucessos, fracassos, experiências tristes e felizes, que de um modo ou de outro contribuíram para que se tornassem quem são, e tivessem os valores morais que têm hoje. Dessa maneira, conseguiam transmitir para seus descendentes, não só a sua história, mas também: conhecimento e sabedoria. 
Tais informações, se utilizadas na Comunicação Interna, e estruturadas de acordo com esse formato narrativo, serão guardadas com maior facilidade pelos funcionários, pois lembramos mais de histórias do que de documentos, e assim, passarão aos mais diversos públicos, o modo de trabalho e os caminhos seguidos pela empresa, estimulando a colaboração. Para isso, é necessário também que a história seja contada com emoção e com o intuito de envolver o seu público. 



Por meio de exemplos e da experiência vivida pelo indivíduo, é possível incentivar um trabalho mais colaborativo nos seus ambientes de trabalho, adequando-se com as novas exigências de uma sociedade conectada e resultando em uma renovação saudável dos processos de comunicação interna, melhorando a performance de seus projetos. A metodologia visa mais do que simplesmente informar, o Storytelling busca reter a atenção do público e fixar conteúdos específicos, auxiliando de maneira muito eficaz a comunicação da organização.


De acordo com o renomado psicólogo, Jerome Bruner,  um dos pioneiros no estudo de Psicologia Cognitiva, um fato tem 20 vezes mais chance de ser lembrado se estiver ancorado em uma história. Aqui no Brasil, a Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD) realizou em seu site uma enquete sobre o uso de Storytelling nas empresas.
A Associação recebeu 159 respostas, que geraram dados interessantes:
1 - 45% dos participantes afirmaram conhecer aplicações de Storytelling no mundo corporativo e 55% não conhecem.
2 -  27% dos participantes afirmam que a empresa na qual trabalham, utiliza essa ferramenta em alguma área, enquanto 73% disseram que não.
3 - Somente 22% das pessoas que responderam utilizam o Storytelling no ambiente organizacional.
4 -  92% dos entrevistados acreditam que o Storytelling pode aumentar resultados em sua empresa, a partir de uma melhor comunicação entre os colaboradores e as áreas. Somente 8% não acreditam nesta técnica aplicada à sua empresa.
Em algumas grandes empresas o uso do Storytelling tem força. Na Nike, por exemplo, todos altos executivos são designados como “Corporate Storytellers”. Mas vale a pena lembrar que é interessante que todos os funcionários, independente de cargo ou salario, sejam convidados a contar suas histórias. A participação de todos, com relatos de experiências, aproxima a equipe, engaja os funcionários e aproxima-os da cultura organizacional.

Portanto, dentro do contexto de CI (Comunicação Interna), é importante perceber de que modo o Storytelling pode ser utilizado como uma ferramenta estratégica de comunicação. Nas empresas que sentem dificuldades para captar a atenção de seus funcionários e fazê-los entender todo o universo organizacional a sua volta, como os princípios, valores e a história da organização em que trabalham, essa ferramenta torna-se uma das mais viáveis. 

Talita Signorini




Referências Bibliografias



Disponível em: <http://www.abracom.org.br/descricao.asp?id=4437> Acessado em: 15/05/2013



sábado, 11 de maio de 2013

Comunicação dialógica - o poder da fala na comunicação interna organizacional


Como já dissemos aqui no blog, a fim de estabelecer uma comunicação mais efetiva e um relacionamento baseado na confiança entre gestores e funcionários, as empresas devem investir na comunicação dialógica. Com base nos estudos de Thomas J. Larkin podemos ressaltar ainda, o poder da fala no exercício da comunicação.
Desde os tempos mais antigos o diálogo vem sendo usado para facilitar o entendimento. Acredita-se que o fenômeno da fala surgiu a partir do canto e até hoje algumas tribos utilizam-se da cantoria não só com a função de ritmar as tarefas, mas também com caráter motivacional em suas atividades. Isso é permitido, pois embutido na fala temos tons, gestos e percepções que se propagam junto com o discurso e complementam a mensagem. 
Atualmente, no setor corporativo, o papel da cantoria é representado pela fala e pela comunicação entre os funcionários. A forma como falamos demonstra mais sentido do que apenas aquilo que é falado e interfere diretamente naquilo que será entendido e repassado. A maneira que se faz uma pergunta já implica no tipo de resposta que se vai obter, pois junto à mensagem, naquilo que se diz, acompanha a entonação, a ênfase, e o gesto. 
Sendo assim, se pensarmos em uma gestão de comunicação interna (CI), entre o líder e o funcionário de uma organização, não podemos deixar de lado esse fenômeno da comunicação que se completa apenas no outro e que ao realiza-la permite a expansão do entendimento. O gestor deve estabelecer um relacionamento direto com o funcionário por meio da comunicação face a face. 
Desta forma, T. J. Larkin discute essa problemática e enfatiza: “os empregados não querem assistir a alguma coisa, eles não querem ler. Querem uma relação direta, fazer perguntas, ouvir respostas” e então, por mais que a equipe forneça as informações em um veículo impresso ou eletrônico, a comunicação não acontece, visto que os funcionários não querem ler ou assistir o que a empresa fala, querem saber o que lhe interessa.
Para que a comunicação seja eficiente é necessário criar laços de confiança entre o emissor e o receptor da mensagem, e é muito mais garantido que isso aconteça pessoalmente do que por um veículo escrito.  Os funcionários não estão interessados nas propagandas da empresa, querem saber os planos da organização, aquilo que interfere diretamente em seu trabalho e é o gestor que esclarece as informações e impulsiona o colaborador a questionar. 
As organizações investem na comunicação mercadológica, mas a relação com o funcionário é diferente, não há produto para vender.  Ao contrario do marketing, a mensagem da comunicação interna é mais complicada, incita novos procedimentos e comportamentos, e o funcionário não quer ouvir isso.  Dai a importância da fala, da comunicação “olho no olho”, pois proporciona abertura para o diálogo e facilita a compreensão. 
Deve-se pensar então, no líder como um parceiro de CI e o principal agente de mudanças, que trabalha na comunicação pró-ativa e não reativa, ouve os funcionários e garante a eficácia do processo, quando exerce a comunicação dialógica, por meio da fala, e consegue, ainda, gerar boa- vontade da equipe que passa a entender seu papel no todo. 


Catherine Barros


Referências:

Disponível em: <http://www.aberje.com.br/revista/4_2005/entrevista.pdf>. Acessado em: 08/05/2013

CERANTOLA, William. Cartas. Maio de 2005

sábado, 4 de maio de 2013

Público interno, trunfo para a imagem de uma organização

Toda empresa tem seu universo de públicos, os quais cada um deles têm seu próprio grau de importância para a organização. Porém, existe um público que é o 1º cliente de uma empresa, o público interno. Ele é peça chave para a construção da imagem positiva para as corporações.  No mercado, as organizações já enxergam a importância desse público, e a tendência é que haja cada vez mais sua valorização, por meio da comunicação interna, que traz benefícios para o crescimento seguro das empresas.

Podemos pensar na organização como uma máquina, onde cada peça é um dos grupos que constituem o público interno, é a engrenagem que faz tudo funcionar. Sendo assim, ninguém melhor que ele para falar o que realmente a empresa é, desde a qualidade do produto até seus valores institucionais. Dessa forma, o discurso do funcionário é de credibilidade para o público externo, com quem a organização busca construir um bom relacionamento. Vale ressaltar que a família do funcionário é a extensão do público interno, ex funcionários e aposentados, também são importantes e devem ser considerados como parte da empresa, levando em conta que eles acompanham ou já acompanharam tudo de perto. Logo, seu discurso também passa credibilidade e tem peso na construção da imagem.  Além disso, os veículos midiáticos propagam ainda mais a opinião do funcionário. Matérias como: “A empresa X tem Y% de funcionários que se dizem realizados e felizes na empresa”, agregam valores à organização como: respeito, pensar no próximo, entre outros. Isso se levarmos em conta que a porcentagem do exemplo seja positiva para a empresa.

E para que o funcionário tenha um discurso positivo, a comunicação interna é muito importante, pois direciona e gerencia o funcionário para que ele se sinta engajado e  bem, trabalhando para alcançar o objetivo da empresa.  A construção de um ambiente de trabalho agradável também é fundamental. A comunicação interna contribui também, com a gestão de liderança que com o discurso “amigável” e aproximação com o funcionário, construirá uma relação de confiança. Porque muitas vezes o funcionário tem algum sentimento ruim pela empresa ou por algum chefe, que o faz ter um discurso negativo, e algumas vezes com base em calunias.

Pode-se dizer então que não se forma uma opinião favorável com quem está de fora, público externo, se não se tem essa mesma opinião de quem está dentro. O público interno é o trunfo para o crescimento organizacional. E é com a boa gestão da comunicação interna que os funcionários estarão realizados, alinhados, engajados e felizes, e assim terão um discurso positivo que contribuirá para uma imagem favorável e por fim a construção da reputação da empresa no mercado.


Luíza Dacal Corrêa



Referências:


CAVALCANTE, Shirley Maria.  Gestão da comunicação organizacional Conhecendo as ferramentas e suas aplicabilidades. Disponível em: <http://br.monografias.com/trabalhos3/gestao-comunicacao-organizacional/gestao-comunicacao-organizacional2.shtml>. Acessado em: 01/05/2013