Recentemente, sete representantes de grandes empresas – Fiat/ Chrysler, Grupo Pão de Açúcar, Novartis, Odebrecht S.A., Sabesp, Tetra Park e Volkswagen - se reuniram na sede da ABERJE para discutir e analisar novos projetos de comunicação, bem como, suas rotinas de trabalho e experiências. A ideia defendida por eles traz um conceito de uma comunicação mais enxuta, porém mais colaborativa, e assim, mais eficaz.
A redução do número de veículos e canais de informação e a promoção de conteúdos mais humanos foram apontadas como tendências na comunicação com os funcionários, e quando aplicadas garantem mais foco e assertividade. Ao visar o público interno como os principais motores de notícias internas, multiplicadores de informações, o trânsito de pautas e ideias novas se torna mais fácil.
Segundo Paulo Nassar, Diretor Presidente da ABERJE, que também participou do encontro, a comunicação interna hoje funciona com mais velocidade, está mais integrada e são os comunicadores que organizam as informações e controlam a percepção do que a empresa quer dizer aos seus funcionários.
Com base nas experiências de cada empresa é possível perceber o que de fato otimiza a comunicação e agrega valor. Na Sabesp, por exemplo, a integração de veículos externos e internos permitiu uma maior eficiência e consistência nas linguagens. O uso da contação de histórias dos próprios funcionários garantiu maior audiência e envolvimento dos públicos.
Já para a FIAT/Chrysler, aliar o trabalho de comunicação com outras áreas, como Recursos Humanos, também funciona melhor, pois o profissional pode estar instrumentalizado, mas não preparado para executar o diálogo. A criação de alguns programas com foco na família do colaborador também foram ferramentas de sucesso nessa empresa, que promovem além de bailes de debutantes para as filhas dos empregados, encontros para namorados na “Estação do Amor”.
Na Volkswagen, o aperfeiçoamento da comunicação veio por meio da manifestação de funcionários que se diziam angustiados com o excesso de informações repassadas. A empresa teve que reduzir suas 25 mídias para 4 plataformas que priorizam a velocidade e a atratividade da comunicação. Entre elas, a TV corporativa que traz aos funcionários de linha de produção, que não tem acesso aos computadores da empresa, a oportunidade de compartilhar das mesmas informações que os funcionários do escritório.
Analisando os cases particulares de cada instituição percebe-se que a principal tendência do nicho de comunicação interna é vincular as pessoas à organização, criando um forte relacionamento. Não se trata apenas de disparar notícias, e não adianta falar de um tema que o funcionário não quer saber ou mesmo comunicar algo que não é praticado, é preciso estimular a conversa e fazer com que o publico interno seja o protagonista dessa comunicação. Assim, com a humanização dos conteúdos repassados, a organização aproxima-se do colaborador que passa a enxergar e acreditar no futuro da empresa e no seu papel ali dentro.
Catherine Barros
Referências
SARAIVA, Jacílio. Mais enxuta e colaborativa. Comunicação Empresarial, São Paulo, Ano 23 , n. 86, p. 16-24. 2013