Como já dissemos aqui no blog, a fim de estabelecer uma comunicação mais efetiva e um relacionamento baseado na confiança entre gestores e funcionários, as empresas devem investir na comunicação dialógica. Com base nos estudos de Thomas J. Larkin podemos ressaltar ainda, o poder da fala no exercício da comunicação.
Desde os tempos mais antigos o diálogo vem sendo usado para facilitar o entendimento. Acredita-se que o fenômeno da fala surgiu a partir do canto e até hoje algumas tribos utilizam-se da cantoria não só com a função de ritmar as tarefas, mas também com caráter motivacional em suas atividades. Isso é permitido, pois embutido na fala temos tons, gestos e percepções que se propagam junto com o discurso e complementam a mensagem.
Atualmente, no setor corporativo, o papel da cantoria é representado pela fala e pela comunicação entre os funcionários. A forma como falamos demonstra mais sentido do que apenas aquilo que é falado e interfere diretamente naquilo que será entendido e repassado. A maneira que se faz uma pergunta já implica no tipo de resposta que se vai obter, pois junto à mensagem, naquilo que se diz, acompanha a entonação, a ênfase, e o gesto.
Sendo assim, se pensarmos em uma gestão de comunicação interna (CI), entre o líder e o funcionário de uma organização, não podemos deixar de lado esse fenômeno da comunicação que se completa apenas no outro e que ao realiza-la permite a expansão do entendimento. O gestor deve estabelecer um relacionamento direto com o funcionário por meio da comunicação face a face.
Desta forma, T. J. Larkin discute essa problemática e enfatiza: “os empregados não querem assistir a alguma coisa, eles não querem ler. Querem uma relação direta, fazer perguntas, ouvir respostas” e então, por mais que a equipe forneça as informações em um veículo impresso ou eletrônico, a comunicação não acontece, visto que os funcionários não querem ler ou assistir o que a empresa fala, querem saber o que lhe interessa.
Para que a comunicação seja eficiente é necessário criar laços de confiança entre o emissor e o receptor da mensagem, e é muito mais garantido que isso aconteça pessoalmente do que por um veículo escrito. Os funcionários não estão interessados nas propagandas da empresa, querem saber os planos da organização, aquilo que interfere diretamente em seu trabalho e é o gestor que esclarece as informações e impulsiona o colaborador a questionar.
As organizações investem na comunicação mercadológica, mas a relação com o funcionário é diferente, não há produto para vender. Ao contrario do marketing, a mensagem da comunicação interna é mais complicada, incita novos procedimentos e comportamentos, e o funcionário não quer ouvir isso. Dai a importância da fala, da comunicação “olho no olho”, pois proporciona abertura para o diálogo e facilita a compreensão.
Deve-se pensar então, no líder como um parceiro de CI e o principal agente de mudanças, que trabalha na comunicação pró-ativa e não reativa, ouve os funcionários e garante a eficácia do processo, quando exerce a comunicação dialógica, por meio da fala, e consegue, ainda, gerar boa- vontade da equipe que passa a entender seu papel no todo.
Catherine Barros
Referências:
Disponível em: <http://www.aberje.com.br/revista/4_2005/entrevista.pdf>. Acessado em: 08/05/2013
CERANTOLA, William. Cartas. Maio de 2005
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